Já está em marcha o Projeto de Valorização e Promoção da Gastronomia e dos Produtos Ligados à Alimentação de Trás-os-Montes e Alto Douro, um trabalho que pretende salvaguardar e projetar as riquezas da cultura alimentar desta região e, em última instância, preparar uma Candidatura à Lista de Boas Práticas do Património Cultural Imaterial da UNESCO.
A iniciativa, que partiu da DESTEQUE – Associação para o Desenvolvimento da Terra Quente e à qual se associaram a CORANE – Associação de Desenvolvimento dos Concelhos da Raia Nordestina e a DOURO SUPERIOR – Associação de Desenvolvimento, conta com o apoio técnico-científico da IPI Consulting Network.
O trabalho iniciou-se em fevereiro, estando já em pleno curso diversos processos de pesquisa e desenvolvimento de soluções de promoção, valorização dos agentes locais e qualificação de produtos e serviços associados a esta singular cultura alimentar. Assim, além do importante papel de estímulo para produtores, hoteleiros e outros agentes da cadeia económica alimentar, este projeto deverá promover externamente estes recursos alimentares e culturais, no sentido do desenvolvimento turístico e económico do Nordeste português.
Este projeto é cofinanciado pela Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, do Turismo de Portugal, e tem como principal objetivo valorizar e promover a especificidade, tipicidade e qualidade dos produtos e pratos gastronómicos da região transmontana e alto-duriense, designadamente dos concelhos que integram as três associações promotoras do projeto: Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa, Vimioso e Vinhais. Tem contado também com o apoio da Direção Regional de Agricultura do Norte, entidade com um conhecimento profundo desta realidade na sua expressão mais elementar da produção, dos circuitos de distribuição e das tradições associadas, bem como da sua certificação.
A iniciativa, recorde-se, foi apresentada publicamente em abril de 2016, numa sessão que contou com a participação das três associações de desenvolvimento e das treze autarquias envolvidas, tendo sido também anunciada uma Comissão de Honra da Candidatura, presidida pelo ilustre transmontano Professor Doutor Adriano Moreira. Na ocasião, o Conselheiro de Estado sublinhou que «a gastronomia é dos fatores que valorizam a relação com a terra, das gentes que vivem junto da terra, que conhecem o passado, o presente, e o futuro que ambicionam para as pessoas. Delas pode vir a principal resposta aos desafios gravíssimos do nosso tempo, aos quais responde aqui a vontade da gente transmontana de antes quebrar que torcer. Merecem o respeito e gratidão da comunidade desta terra portuguesa onde tivemos a honra de nascer.»
Entre as muitas iniciativas que este projeto se propõe concretizar – como o desenvolvimento de uma identidade gráfica, de processos de investigação e recolha documental, de realização de iniciativas de informação, sensibilização e capacitação, de criação de um website e de ativação de redes sociais – conta-se ainda a preparação de pedidos de inscrição destes recursos e patrimónios endógenos na Lista de Produtos Tradicionais Portugueses da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, para além da já mencionada Candidatura à UNESCO.
Uma das ações já concretizadas, no sentido de recolher contributos e conteúdos do público e subscritores para uma newsletter, foi a criação de um microsite, disponível para todos os que quiserem contribuir ou receber as novidades do projeto e outra informação sobre esta saborosa temática. A organização convida, como tal, a visitar esta introdução online a este projeto, em https://ipicnprojetos.wixsite.com/gastronomia-tmad
Após concurso público, o trabalho técnico-científico do projeto foi entregue às empresas IPI Consulting Network e InfoPortugal, que têm estado empenhadas em diferentes frentes de trabalho, como a preparação das candidaturas e o desenvolvimento de ações, e soluções de multimédia incluindo o website. A equipa da IPI é coordenada pelo Professor Carlos Laranjo Medeiros, antropólogo que coordenou já outros projetos de sucesso como a elevação do Cante Alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade e integra, entre outros técnicos experientes, a Dra. Patrícia Cordeiro, socióloga que recentemente liderou o processo de elevação dos Caretos de Podence ao mesmo estatuto. A InfoPortugal desenvolve conteúdos digitais e soluções tecnológicas, integrando desde 2007 o grupo Impresa e apresentando relevante know-how em projetos como o desenvolvimento dos portais Aldeias Históricas de Portugal, Amar o Minho ou Montanhas Mágicas, Rota do Românico, entre muitos outros casos de presenças digitais de sucesso. Esta equipa será coordenada pela Dra. Ana Leite, licenciada em Artes Plásticas e Mestre em Multimédia, que integra a InfoPortugal onde tem coordenado outros projetos de natureza similar.
O trabalho de identidade visual é uma das vertentes deste projeto em que os resultados são também já visíveis, tendo sido já definido o logotipo oficial, a cargo da designer gráfica Sofia Neves, que aqui revelamos.